"Que bom que você veio minha santa.”
Era assim que ele se referia a mim,
todos os anos quando eu chegava para o Baile de Congo de São Benedito,
conhecido como Ticumbi de São Benedito.
Recordo-me das vezes em que queria
cantar junto com eles, enquanto o congo apresentava e eu os fotografava. Ele,
notando a minha tentativa de cantar, quando passava ao meu lado, durante a
apresentação, elevava o tom para que eu escutasse e aprendesse. Muitas foram as
vezes que observei sua generosidade para comigo. Era uma cumplicidade boa. Uma
amizade que deixou muito boas lembranças entre nós, os amigos.
Hoje completa um ano de sua partida.
Apesar dos seus 81 anos de idade,
quando do seu falecimento, ele tinha uma alegria e um brilho no olhar, que só
encontramos nos seres prenhes de vida. Essa alegria e brilho no olhar, que mais
parecia um menino matreiro, é o que marca fortemente, a sua passagem entre nós.
Embora tenha havido muitos momentos especiais na companhia desse grande mestre
de congo do Ticumbi de São Benedito, que jamais esqueceremos.
Suas rimas, suas brincadeiras, o som
do seu pandeiro e da 8 baixos deixa saudades entre os amigos e todos da
comunidade do Sapê do Norte.
Seu Miltinho, parecia mesmo era uma
criança brincando de viver. Tanto brincou, que São Benedito dos pretos o convocou
para os festejos em outra dimensão.
Por certo hoje tem festejos de São Benedito no céu, para comemorar um ano da sua chegada. E nós ficamos aqui escutando com os ouvidos do coração, os cantos desse amado mestre de congo, que ecoam das alturas para nos consolar.
Zélia Siqueira – formada em jornalismo e artes, é fotógrafa, escritora, poeta e pintora.
Por certo hoje tem festejos de São Benedito no céu, para comemorar um ano da sua chegada. E nós ficamos aqui escutando com os ouvidos do coração, os cantos desse amado mestre de congo, que ecoam das alturas para nos consolar.
Zélia Siqueira –
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