A situação dos Quilombolas do Estado do Espirito Santo vem se agravando a cada ano. Alguns anos atrás, com os avanços nas áreas sociais, de 2003 a 2015, houve ganhos por parte dessas comunidades. Com a crise instalada, com o golpe, os efeitos sobre essas comunidades são visíveis.
Para piorar mais a situação,
um fenômeno tem afetado as áreas em que vivem essas comunidades: a desertificação.
Preocupado com o futuro das
áreas, em situação de desertificação, Fábio Ribeiro Pires, professor da UFES, afirma
que as monoculturas praticadas de forma errada e o pastoreio excessivo, diminuem
a capacidade que a terra tem de filtrar a água. E que os moradores dessas
comunidades não têm dinheiro para “perfurar o lençol freático”, diz ele. Quem
tem dinheiro tem uma situação diferente, porque pode pagar para fazer a
perfuração.
O apoio do governo Federal e
Estadual, é uma coisa que essas comunidades não recebem nesses últimos dois
anos.
Se não bastasse o abandono por
parte do poder público, essas comunidades sofrem com a violência policial, como
aconteceu na comunidade São Domingos, no norte do Espírito Santo.
Estamos programando uma exposição
sobre a situação das mulheres nas comunidades Quilombolas do Estado, com o foco
na riqueza de suas histórias, de suas memórias, transmitidas através das
gerações, mas que na “realidade atual perdeu a faculdade de escutar”, como diz
a profa. Sobreira.
A minha exposição
pretende mostrar essa memória e sabedoria das mulheres mais velhas das comunidades quilombolas, apresentadas através de signos linguísticos simbólicos.
Para um outro momento
temos projeto para um documentário sobre a situação dessas comunidades, que vêm
se agravando nos últimos vinte quatro meses, devido a violência sofrida em suas
diferentes formas, sem que o poder público tenha, nas esferas Estadual e Federal,
contribuído em coisa alguma para melhorar a situação dessas comunidades do
Estado.
Zélia Siqueira – formada em jornalismo (FAESA) e artes (UFES), é fotógrafa, escritora, poeta e pintora.
Uma situação triste. Espero que as autoridades ajudem a minorar esse problema. Pelo bem da presente e das futuras gerações.
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