Samuel Aun Weor (1917-1977)
E na aurora dos dias
É poesia
Zélia Siqueira
Fotopoema de Zélia Siqueira
Numa fresta de luz
vagarei pelas ruas
ao encontro
de luas
de lua
diluas...
A folha
à luz
Verde desenhou
os olhos
Um poema
à flor
Fotopoema de Zélia Siqueira
Deixe o amor entrar
Porque a liberdade é caminho
para absorvê-lo
O amor é poesia que o espírito
pede
E o corpo em guerra
Impede
Pulsa nas veias do corpo em paz
E repousa no beijo
não dado
O amor mora ao lado
Na infinitude de si...
Poema Zélia Siqueira
O silêncio é morada dos
devaneios
Quando as portas se
abrem
Para a poesia entrar
Criador de abstrações
Garatuja no ar das
noites
Partituras tonais que vêm
com os ventos
E na aurora dos dias
Com o presságio da luz
Os cantos passarinheiros
Nesse corpo universal
É poesia
Sem palavras
É palavra poesia
Fotopema de Zélia Siqueira
O cheiro que exala de ti
Na noite atrevida
Rouba-me o chão
Roça-me a pele
Desnudando nosso espírito livre
Odores sobressaem
Alternados pelo ar que inspiramos
Nesse movimento entre-corpos e almas
Que se elevam em epifanias
Que se elevam em epifanias
Alcançando o inominável
Os deuses são infinitos...
E fazem amor conosco.Zélia Siqueira
As flores cultivadas
Insistem em encher de cor
Os dias turvos
Como estrelas
A iluminar o caminho
E me faz crisálida alegre
Sonho borboleta
Que voa fora das asas
Fotopoema de Zélia Siqueira
Numa fresta de luz
vagarei pelas ruas
ao encontro
de luas
de lua
diluas...
Fotopoema de Zélia Siqueira
A folha
à luz
Verde desenhou
os olhos
Um poema
à flor
Fotopoema de Zélia Siqueira
Kandinsky -La nuit ,1907
À noite
No silêncio dos dias
À noite
No silêncio dos dias
As paisagens
Composições da alma
Revelam-se
É onde residem
Os mistérios dos
sonhos
Que traduzem a linguagem
do ser
Ou não ser
Seja-se
Seja-se
Poema Zélia Siqueira
Oraieieu!
Com a força dos elementos
Cubra meu corpo com as águas doces
Cubra meu corpo com as águas doces
Toque meu corpo com o vento
Absorva-me com a terra
E me faça florir de estrelas
Os céus das noites tristes
Alegrai-me com as chuvas
E cubra-me com o fulgor do Sol
Manto dourado das vestes de Oxum
Fotopoema de Zélia Siqueira
Seu
elemento ar
Ar
que se inspira e respira
Amor...
Inocência
de criança
Que
sabe das coisas divinais
“Lorita”
Laurita Laura
Doçura
de flor campestre
Seiva
de florestas virgens
Amor
puro e desinteresseiro
Que
brota em pedregulhos de terras áridas
Em
jardins que habitam cravos roxos
Desabrocha em flor maior
“Lorita”Laurita
Laura
Semente
germinal desse grande sertão veredas
Flor
silvestre de
fragrância rara
A
inundar secretos jardins de cristais
Revelando
a pureza e magnitude do
ser.
Laura
Doce
criança
Que
não se sabe nuvens ou
azul celeste
Se sabe ar
Ar
que se inspira...
Aroma de flor do campo
Que carece nos acordar de alguma espécie
De encanto mágico
“Lorita” Laurita Laura
Epifania inebriante do ser
Que carece nos acordar de alguma espécie
De encanto mágico
“Lorita” Laurita Laura
Epifania inebriante do ser
Poema de Zélia Siqueira
Borboletas
e abelhas
Flores
trouxeram
Cor
de poesia,
Borboleta
voa...
Abelha
rainha,
mel...
Zangue,
não
Morreu
de amor
Fotopoema de Zélia Siqueira
Eis o giz claro/escuro
Que borra o pensar
Nas escavações do negror da noite
Entre o limiar do silencio
E da luz
Numa melodia que canta passarinho
E depura as janelas e os graus
Dos olhos teus
Entre ternura e tempestade
Que requer chuva
Onde haja deserto
Porque daí eis a água
Para molhar jardins
Que não souberam florir...
Fotopoema de Zélia Siqueira
As estrelas
Desprendem
Do
universo
Para florir
O céu
E reascende uma luz
Que me conduz a ti
Zélia Siqueira
No silêncio
Nos conectamos
Com o essencial
Com o essencial
E, somente nele,
Nos horizontamos
Fotopoema de Zélia Siqueira
Tenho
medo
Desse mundo com fronteiras,
onde a expansão da minha liberdade é limitada.
De não ser eu mesma
E não sendo eu mesma
Não posso ser
Mais do que esperam de mim
Exigem que eu seja uma ditadora
Que eu vença a guerra.
Mas eu não tenho identidade de soldado.
Quero ser apenas uma vendedora de flores.
Desse mundo com fronteiras,
onde a expansão da minha liberdade é limitada.
De não ser eu mesma
E não sendo eu mesma
Não posso ser
Mais do que esperam de mim
Exigem que eu seja uma ditadora
Que eu vença a guerra.
Mas eu não tenho identidade de soldado.
Quero ser apenas uma vendedora de flores.
Zélia Siqueira
Uma cor violeta
Numa flor
borboleta
Voa fora das asas
Fotopoema de Zélia Siqueira
As palavras jorram
Como mel de abelhas raras
Na voz do poeta passarinheiro
Tornam-se músicas...
Canções universais
Melodias arranjadas
No devir de sua criação
Prenunciando auroras
Tornam-se músicas...
Canções universais
Melodias arranjadas
No devir de sua criação
Prenunciando auroras
De encantamentos mágicos
Canta passarinho, canta
Canta em todas as cores
Em todos os tons
Canta o alvorecer desse novo dia
E antes que venha o negror da noite
Revele a harmonia do seu canto
Poesia...
Canta passarinho, canta
Canta em todas as cores
Em todos os tons
Canta o alvorecer desse novo dia
E antes que venha o negror da noite
Revele a harmonia do seu canto
Poesia...
Fotopoema
de
Zélia Siqueira
É certo que se morra
Uma construção inacabada
Um sonho mal interpretado
Morre-se uma existência
Mas se não existe
Como se pode morrer
Morre-se da ausência de sentidos
Da ausência de elucubrar sonhos
Morre-se de fome do não saber
Morre-se daquilo que e nega
ao ser.
Zélia Siqueira
Artista Alexandre Milov - Escultura Amar
é a solidão
Um olhar sem encontro
a dor no vazio do eu
Nesse ponto
onde os laços se desfazem
não há mais luz
a vida se fragmenta
A vida
Outrora
Ávida de vida
Zélia Siqueira
As portas se abriram
Não havia aroma de flores
No jardim
Era a poesia
Sentou ao lado
E ficou
Não havia aroma de flores
No jardim
Era a poesia
Sentou ao lado
E ficou
Esses corpos poros
Porosos
Texturas intermináveis
Feridas
Catarses
Sombras
Luzes
Rios de sangue sul
a regar esses corpos
gélidos
Casamento entre o céu e o inferno
Onde o intuir
clareia a mística
e refaz o caminho
que abarca o todo.
Zélia Siqueira
Autoretrato
Se durmo sonho
Se sonho desperto
Se desperto vivo
Se vivo sou
O que fiz de mim
Se desperto vivo
Se vivo sou
O que fiz de mim
Fotopoema de Zélia Siqueira
Sagrada e profana
Embora teimam em dizer que sou diferente
Sou a efervescência do ser
Infinitamente...
O bem e o mal
Mulher e menina
Com todas as contradições
Forte e frágil
Feia e bela
Bruxa e santa
Sou mulher e homem
Teimosa e excêntrica
Amante
E nem sempre amada
Sou Maria Bonita
Desvirei
Sou Lampião
Virei Corisco e Dadá
Desvirei
Sou Joana Darc
Virei a mãe do mundo
Sou macho e fêmea
Que deleitam crianças e adultos
Não sou a regra
fujo dela
Sou sagrada e profana
Zélia Siqueira
Amar-elo
Sonhei o cérebro
Florindo
Uma branca flor
No inconsciente
Desabrochou
Miolo amarelo
Amar
Amar-elo
Zélia Siqueira
Uma branca flor
No inconsciente
Desabrochou
Miolo amarelo
Amar
Amar-elo
Zélia Siqueira
Mariposas apaixonadas
No campo de flores
corpos perfumados
Aromas de borboletas
voam no céu
Zélia Siqueira
O Silêncio dos Surdos
É preciso silenciar.
Parem as turbinas e os motores
Desacelerem a velocidade do tempo,
para que contemplemos o silêncio dos surdos.
Uma outra beleza...
Impossível aos olhos dos homens.
Desenhe uma nova paisagem possível,
e nela permita-se ouvir e sentir...
Como espíritos evoluídos
que se entregam à busca do sentido das coisas
Numa psicologia da natureza
que a ela se revela
no divã da imensidão
do mundo.
Poemas se revelarão,
na pintura que escolheste pincelar
Tomemos o barco azul, a confundir-se
com o azul do mar...
Na infinitude da melodia
cortejando o abstrato caminhar...
Zélia Siqueira
Infinita...
Tu es uma flor
Ou um pássaro
que se liberta e se entrega
Rasgando o ar e os céus
Es o néctar
O brilho que se apaga
pelas mãos e mentes sujas
Que não sabem cuidar
Es os sonhos dos filhos
Dos filhos da guerra
Es liberdade
Es mulher
Infinita...
Zélia Siqueira
Escuridão
Se possível fosse esse céu,
revestiria de luz ou de estrelas
o corpo ainda cansado
E deslocaria no tempo e no espaço
sob as nuvens dos olhos teus
ocultos na escuridão...
Fotopoema de Zélia Siqueira
A luz,
renasce o dia
A cor,
poema a vida
A música,
dança barcos no mar
Navegar,
é preciso...
Fotopoema de ZÉLIA SIQUEIRA
Flores d'alma
Meu deserto
molhado de lágrimas
Do choro
Floriu flores de prata
com sementes de ouro
Zélia Siqueira
Infinito
Entre o certo e o incerto
eis o homem preso à certeza.
Nela há milhares de coisas finitas.
Porquê a certeza e não o incerto?
O incerto é o infinito...
e representa medo
Medo de se arriscar
de errar
de se libertar
O medo do indefinido.
É mais fácil não se arriscar
e mais fácil acreditar nas coisas conceituadas
preestabelecidas e definidas.
"Criar necessidades para depois ter que satisfazê-las,
é como correr atrás do vento" disse Gandhi
Portanto segue o homem em busca
do definido, que se tem finalidade.
Mas hão de existirem homens
que permitam o incerto.
O incerto é o infinito
com milhões de possibilidades...
Quando pediste um poema,
não me foi possível naquele momento,
ei-lo agora numa outra forma,
na forma da incerteza,
Se um poema,
Seu
Se não,
Meu.
Fotopoema de Zélia Siqueira
Magia
A poesia me pôs asas
para
ver o mundo.
E contemplando com olhos de pássaros,
visitei florestas mágicas.
E contemplando com olhos de pássaros,
visitei florestas mágicas.
Fotopoema de Zélia Siqueira
Corre nas ruas
a poeira
A poeira corre
nas veias do corpo
na mente
planejados projetos inacabados
Sonhos utópicos
de crianças adultas
que trocam papéis
e rasgam figurinhas.
Zélia Siqueira
A poeira corre
nas veias do corpo
na mente
planejados projetos inacabados
Sonhos utópicos
de crianças adultas
que trocam papéis
e rasgam figurinhas.
Zélia Siqueira
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Frida
Foto de Klaus Mitteldorf
minha ferida
sangra em mim tua dor
de arte parida
Entre o limiar da morte
E da vida
Oh Frida
minha ferida
Riveriando...
Pintou seu espelho
com a alma e a dor
E com seu sangue vermelho
pintou o amor...
Kahlo diante de Frida
Tamanha a dor
Doída
sangra em mim tua dor
de arte parida
Entre o limiar da morte
E da vida
Oh Frida
minha ferida
Riveriando...
Pintou seu espelho
com a alma e a dor
E com seu sangue vermelho
pintou o amor...
Kahlo diante de Frida
Tamanha a dor
Doída
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O dia era cinza
Mas na alma
que andava a cavalgar sonhos
Colocara o seu vestido mais bonito
Entre brumas
a ausência do sol
dissipava sombras
E ela dançava
Enquanto o vento se fazia música
Dançava...
Dançava a vida
a reflorescer
nos sonhos teus.
que andava a cavalgar sonhos
Colocara o seu vestido mais bonito
Entre brumas
a ausência do sol
dissipava sombras
E ela dançava
Enquanto o vento se fazia música
Dançava...
Dançava a vida
a reflorescer
nos sonhos teus.
Zélia Siqueira
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Trêmulo delírio
.
Quero sua língua
na minha
Toda ela
Suave
Molhada
Quero o sussuro "After Midnigth"
de JJ Cale - no azul do céu de Jerí
De novo mergulhar entre as estrelas
e gozar nas águas mornas
de Cumurú...
O odor da maresia
no seu corpo molhado de mar
No meu
Trêmulo delírio
na loucura do gozo infinito...
Grito!
Quero você em mim
Fotopoema de Zélia Siqueira
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La poésie vous a donné de très belles ailes..............
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ResponderExcluirMerci, Mireille Remusat. La poésie m'a donné des ailes pour voir le monde ...
Era a poesia
ResponderExcluirSentou ao lado
E ficou
Poema encantador, Zélia.
Obrigada Marcos Moraes
Excluiradorei o blog...Gostei muito dos fotopoemas. Interessante: foto vem photum, "luz". O poema como luz que apenas vemos com "olhos de pássaro".Não só as asas, mas também os olhos. O de Frida me tocou particularmente. Bjs.
ResponderExcluirObrigada Elton Luiz Leite de Souza. Suas observações tem uma importância especial para mim. Aproveito para manifestar o quanto me toca, sua poesia e seus textos filosóficos, professor. Bjs.
ExcluirGostei de Magia, Escuridão, Trêmulos delírios, enfim, sua poesia senta a meu lado, MUITO BOAS...
ResponderExcluirObrigada poeta, pelo seu olhar e visita.
ResponderExcluirhttps://zeliaferreirasiqueira.blogspot.com/
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