segunda-feira, 29 de abril de 2019

FESTEJANDO À GRANDE MÃE





                         Foto de Zélia Siqueira



O dia está tão especial que dá vontade de alçar voos nos ares desse céu de anil, com minha varinha de condão, para completar a magia que se instala no passar lento e saboroso das horas, enquanto escrevo, nessa tarde  de uma suave serenidade. Perpassa aqui, uma correte de ar fresco, que impele-me a levantar para conferir o que os meus sentidos já pressentira. 

Há cantos. 

Lá fora bem-te-vis entonam suas agudas vozes. Outros passarinhos menos exóticos, mas não menos em matéria de sonoridade, complementam o coro com seus belos cantos.  O que também moveu-me a levantar, para conferir a obra da natureza. 

Desloco-me até a porta, que dá para o vasto quintal da “Fonte Grande”, tomado pelo verde pino, com variação de luz e sombras, que ressaltam as degradações de verdes. Observo arrebatada, esse laboratório vivo de verde albahaca, verde trebol, verde pera, verde lima. Verde mesmo.

Ainda tomada pela passagem desse dia dela e, sem saber o que fazer com tudo isso que os meus olhos e meu espírito alcançam, começo a cantar com os passarinhos:

"- Iaiá você vai à Penha
Me leva, ô me leva
Eu vou tomar capricho
Meu bem vou trabalhar
Eu tenho uma promessa a pagar
Essa promessa que eu tenho a pagar
É a Santa Padroeira 
Ela vai me ajudar
Essa promessa que eu tenho a pagar
É a Santa Padroeira
Ela vai me ajudar
Ô Iaiá."

Zélia Siqueira – formada em jornalismo (FAESA) e artes (UFES), é fotógrafa, escritora, poeta e pintora.

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